sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A verdadeira Amélie Poulain

Assisti ao vídeo dessa menina linda no Colóquio do meu Grupo de Pesquisa semana passada. Uma professora da UFSC preparou um Seminário sobre o desenvolvimento estético na formação de pessoas – nada mais do que analisar a importância da arte na vida do sujeito. O sensível, o belo, o feio, o repulsivo.
É fato que a criança que tem, desde o berço, o contato com histórias, músicas, vídeos se torna um adulto com um potencial muito maior. A criticidade é aguçada, assim como vários elementos – imaginação, criatividade, fruição. É como se ela conseguisse se sair melhor em diversas situações do cotidiano. O olho clínico da criança a respeito da vida é diferente daquela que não vive em um ambiente com tais elementos. A criança que tem uma experiência mais ampla a respeito da arte tem também mais imaginação.
Observe o vídeo e perceba como “mesmo sem sentido” a narrativa dela consegue fluir com propriedade, intensidade.
Sem falar que só de ouvir esse francês tão lindo e charmoso, já dá um arrepio na alma. Ela é muito fofa!



ps.: Se você nunca assistiu “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain” eu super recomendo! O filme é de uma sensibilidade única...

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Uma receita para chamar de minha!

Fui envergonhada publicamente no blog da minha irmã.
Tá. Não fui humilhada, mas ela desdenhou da minha comidinha só porque eu me esqueci de colocar o sal. Ó, céus - ela nem sabe fazer aquela batata tão complicada, suculenta e crocante.
Então, por fim e a pedidos, resolvi postar essa tão famosa receita que aprendi há alguns dias com a minha sogra (daqui a pouco a minha mãe vai ficar com ciúme - eu só posto receita da sogra, ihihi).
Vamos lá, apelidei esse prato carinhosamente de “É bom, é crocante, mas a mão fede a cebola”.
Ingredientes: (tudo depende do tamanho do refratário, quantidade de pessoas, essas coisas...).
Batatas (não sei quantas);
Cebola (não sei quantas);
Requeijão (um copo);
Sal (principal ingrediente. Lembre-se!);
Pimenta do reino;
Leite;
Queijo, mas muito queijo ralado.

Respiro fundo e conte até três, estou tentando lembrar como começa...
Ah, certo! Lembrei...
Descasque a batata, corte em rodela e deixe no cantinho.
Descasque a cebola, corte em rodela e deixe no cantinho.
Essa receita é um pouco, muito demorada. Então é importante que você dê uma pré-cozida nas batatas – já em rodelas – para não demorar muito mais no forno. Deixa dar aquela fervura, sabe? A espuminha precisa levantar umas duas vezes (dica da mãe).
Quando a batata estiver molinha, comece a montar o prato.
Uma camada de batata, uma camada de cebola, sal, pimenta do reino, uma camada de batata, uma camada de cebola, sal, pimenta do reino... Faça isso até a batata ficar no topo do refratário. Coloque um dedinho de leite.

Coloque a batata no forno pré-aquecido. Deixe até o leite “secar”.
Retire do forno e coloque o requeijão por cima. Espalhe bem lindo e coloque o queijo ralado. Bastante queijo ralado – mas não esses queijos de saquinho. Rala o queijo de verdade, com força. Assim fica melhor.
Coloque a batata novamente no forno até o queijo ficar bem douradinho e o cheiro invadir o quarto do seu irmão.
E voilá, está pronto!
Se você não gosta de cebola, aí vai o recado: Nem parece que tem cebola nessa receita. Não faz barulho quando mastiga e não tem gosto ruim (eu odeio cebola). Por isso, não é necessário retirá-la no cantinho do prato como faz minha irmã (¬¬).
A batata cai bem com carnes assadas e arroz branquinho.
Ps: Você vai fazer? Se você fizer, me conta? Você fez a minha receita de morango? Preciso de incentivos, sabe como é. É bom para iniciantes.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Eça, Pessoa ou Saramago? Não, é Farina.

Desde que eu e minha irmã fizemos Blog, meu pai tem se mostrado muito interessado pela coisa. Ele não é muito lá com a tecnologia, mas ama ler e escrever, então, ontem, ofereceu um de seus escritos para eu postar.

- Minha letra não é bonita, mas você passa pro computador e coloca no seu Blog. Vai lá, coloca na internet pra mim, enquanto eu escrevo mais...
- Tudo bem, pai. Espero que não seja chato...

E não é. É sensível, é belo, é profundo...

Um amigo
De que substância é feito um amigo? Que matéria é essa? Como pode um estranho se equiparar a nossos pais e até mesmo suplantá-los em lealdade e carinho? Que cordão une um amigo ao outro? De que argila foram formados para ser um alicerce de amizade?

Não há dúvida que a amizade suplanta o amor por não correr o risco de se esfacelar. Esta é a propriedade que diferencia a amizade do amor - quando terminam todos os recursos, quando todos dizem que eu morri, ainda restará a última cidadela da amizade.

Um amigo é mais sólido do que a solidão devastadora. A grande riqueza antes do desespero é o amigo. O único obstáculo ao suicídio é o amigo. Antes do suicídio vem o amigo.

O amigo é como um cão fiel - não se sabe, mas é uma escolha. Tem pessoas que nasceram para serem amigos, é da sua natureza ajudar, velar, não murmurar, ter apenas amizade.

O amor se torna diferente da amizade porque esta é desinteressada. O amigo ajuda o outro amigo, porque esta é sua missão, isto é, dar sentido à vida do outro.
No amor, um dos dois ama o outro porque a felicidade lhe traz lucro. Na amizade, um amigo ajuda o outro sem lucrar nada, apenas ajuda.

Mil vezes é melhor ter um grande amigo, mas se tivermos um grande amor, este sobreviverá ao tempo e se tornará perpétuo, transformando-se assim, em uma grande amizade.

O amor é temporal, a amizade é eterna. Se me faltarem às forças, se todos os elementos que me mantém erguido fraquejarem, ainda assim, permanecerei como uma brasa viva, se eu tiver um amigo.
A vida só pode cessar quando faltar um amigo, este é mais útil que a riqueza, que o luxo, que a fartura ou a ostentação. O maior tesouro da vida é um amigo, a maior desgraça é a falta dele.

Cultive um amigo se puder, se isto for possível - cultivá-lo - se essa atração que se move for natural e espontânea, agradeça aos amigos, embora, independentemente, não precise de agradecimento ou homenagem. Faça isto enquanto estiver vivo.

Se você tiver no seu círculo de amizade um amigo, a vida só assim terá sentido. Mas, se você não conseguir um amigo de verdade, então, lhe indico um, um Judeu. Como assim? Isto mesmo, esse é o seu nome próprio, Aquele que deu Seu sangue por mim e por você, Jesus Cristo de Nazaré.

Por Odi Farina

terça-feira, 4 de maio de 2010

lamento

''... Lamentamos o cego que nunca viu os raios do dia, o mudo que nunca pode transmitir a voz da alma, o surdo que nunca ouviu os acordes da natureza e, por um falso pretexto de pudor, não queremos lamentar essa cegueira do coração, essa surdez da alma, esse mutismo da consciência que enlouquecem a infeliz angustiada e que a tornam incapaz de ver o bem, ouvir o Senhor e falar a linguagem pura do amor e da fé...''
''A Dama das Camélias'' - Alexandre Dumas Filho.
Porque eu amei este livro, porque ele me marcou, porque é uma grande lição e porque hoje estou sentimental...

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Vi tudo!

Depois de ir ao médico, sentir dor de cabeça, cólicas e afins, vim à santa Pesquisa de todas as quartas relaxar (sim, eu relaxo pesquisando) e presenciei um debate a respeito da Arte.
Ouvi sobre Arte (Arte pela Arte - Arte Expressa, quadros, o que é Arte e por aí vai) durante quatro horas e como sou da área - graças a Deus - das Letras, lembrei de uma poesia do Mário Quintana que também é Arte e diz:

"[...] O que mata um jardim não é o abandono. O que mata um jardim é esse olhar de quem por ele passa indiferente."

Refleti e saí da Pesquisa observando tudo, os passarinhos, os matinhos da Univali... e isto me fez um bem danado, até esqueci que estava sentindo alguma coisa.
Então, "fica a dica" - observe mais, repare mais, reflita!
Eu vou ficando por aqui. Até amanhã.

sábado, 27 de março de 2010

Eu indico!

Após a indicação de uma mulher que é referencial para mim, Drª Adair, li há pouquíssimos dias – Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago. O autor é simplesmente fantástico e eu posso afirmar isto com certeza, já que leio cada “coisa” na faculdade.

Saramago escreve de uma maneira que envolve, que prende a respiração do leitor e faz com que ele reflita de uma maneira profunda acerca do assunto proposto.

O livro narra “Um dia normal na cidade. Os carros parados numa esquina esperam o sinal mudar. A luz acende-se, mas um dos carros não se move. Em meio às buzinas enfurecidas e à gente que bate nos vidros, percebe-se o movimento da boca do motorista, formando duas palavras: Estou cego. Assim, a “treva branca” que acomete esse primeiro cego vai se espalhar incontrolavelmente pela cidade e, em breve, uma multidão de cegos precisará aprender a viver de novo, em quarentena.”

Há uma mensagem muito maior por trás da narrativa – até onde as pessoas vão ou estão dispostas a ir quando o assunto é sobrevivência. Como o homem pode se transformar e viver como animal, já que há uma luta corporal e afetiva por trás do contexto. Será que a raça humana se esquece dos valores morais e éticos quando está prestes a passar por um conflito?

Estas e outras perguntas o leitor faz enquanto lê. Faz sozinho, enquanto reflete.

Você pode não gostar de Literatura, pode ler apenas a revista, o gibi ou o jornal, mas ainda assim irei te recomendar. Perca, ou melhor, ganhe alguns minutos investindo em você e entre nesse mundo que o autor te propõe, mas, “fica a dica” – segure-se, porque a narrativa é forte e não há passadinhas de mão na cabeça do leitor.

Ah, e se ainda assim você não se empolgar, assista pelo menos o filme – ele foi lançado há pouco tempo e é uma cópia fiel do livro.

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"Se podes olhar, vê.
Se podes ver, repara."
[José Saramago - "Ensaio sobre a Cegueira"]

sexta-feira, 26 de março de 2010

Até quando?

Nunca pensei em ter um blog, na verdade nem tive diário para não precisar me preocupar em relatar os últimos acontecimentos.

Mas ontem à noite, algo dentro de mim mudou e eu posso afirmar que já não sou a mesma.

Estou no último período da faculdade de Letras e fui até Itajaí – em uma Escola Estadual – observar uma turma e começar, efetivamente, meu último estágio obrigatório.

Saí da Escola às 22h30, cansada, após observar cinco aulas com adolescentes “irritantes” e desobedientes. Meus pais foram me buscar e quando entrei no carro, meu primeiro pensamento foi - “Graças a Deus, paz.”

Entramos na BR em direção a BC e foi aí que o caos dominou aquela rodovia. Presenciei um acidente gravíssimo e isso tudo há apenas alguns metros de distância. O acidente envolvendo uma moto, um caminhão e alguns carros, tinha acabado de acontecer. Por pouco não entramos no engavetamento - a “sorte” é que meu pai anda muito devagar, mesmo em uma BR.

A cena me chocou. Não havia nada lá, apenas os carros parados e o engarrafamento que começava a se formar logo atrás de nós. Fiquei lado a lado com um homem, literalmente esmiuçado, triturado, moído pela forte pancada. Foi a cena mais terrível que já vi. Os motoristas descendo dos carros, o choque das pessoas, as mãos na cabeça. Meu Deus, o que era aquilo?!

Meu pai travou, não conseguia tirar o carro de lá e eu ali, com os olhos cravados “naquilo” que já não havia mais definição.

Confesso que chorei e as únicas palavras que saíram da minha boca foram – “Meu Deus, quem somos nós sem a Sua presença!”

Após um momento, meu pai recuperou as forças e tirou o carro do meio daquele tumulto, o som foi desligado, as palavras se perderam no ar. Mas uma dúvida ainda pairava – Quem era aquele homem? Um pai de família voltando do trabalho? Um empregado? Um chefe? Um namorado? Doutor? Pedreiro? Por que ele tinha que morrer daquele jeito?!

E agora, a única certeza que eu tenho é a de que realmente não somos nada. Nada sem o Senhor Jesus, nada sem as Suas promessas, nada sem o sopro de vida do Criador. E isto me fez lembrar um versículo em que Jó medita sobre a brevidade da vida: “O homem, nascido de mulher, vive breve tempo, cheio de inquietação. Nasce como a flor e murcha; foge como a sombra e não permanece; e sobre tal homem abres os olhos e o fazes entrar em juízo contigo? Quem da imundícia poderá tirar coisa pura? Ninguém! Visto que os seus dias estão contados, contigo está o número dos seus meses; tu ao homem puseste limites além dos quais não passará.” (Jó 14-1;5)

Que essa palavra possa tocar em seu coração e que a partir de hoje você passe a valorizar o que tem – a valorizar, principalmente, sua vida.